quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Prece a Ibeji


Gloriosa Potência Divina dos Puros;
Cosme, Damião, Doun, Crispim e Crispiniano;
Vós que Sois Um em Ibeji;
.Que Sois Vários em Erês, Ibeijada e Dois-Dois;
Divina falange de Yori que faz solene vossa chegada;
Mestres espirituais nos conceitos do Bem e do Puro;
Vós que se senta no chão e sutilmente dá suas mensagens;
Ilumine-nos com os luzeiros da corte de Oxalá;
Abençoa-nos com os fluidos de paz, amor, felicidade e prosperidade;
Conceda-nos sutilmente a limpeza espiritual do meio em que vivemos;
Exercite em nós o aprimoramento de viver sempre com alegria e esperança;
Sobretudo com bom humor, honestidade e pureza de coração;
Divinos magos da Pureza que agem com destreza e maestria;
Equilibrem em nós as forças da mente e do coração;
Neutralizem as demandas provenientes do submundo astral;
Repulsem com veemência a ação das entidades maléficas;
Confira-nos energias inesgotáveis como de uma criança e sabedoria como a de um ancião;
A Vós Clamamos;
A Vós Rogamos;
Omi Beijada!
Saravá Cosme e Damião!
Saravá Crispim e Crispiniano!
Saravá Dois-Dois!
Saravá Ibeijada
!

sábado, 8 de setembro de 2012

Trerapia de Umbanda, uma perspectiva.



http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/FARKAS_Silnei_Aparecido_tit_Terapia_de_Umbanda.htm

Pai Obaluayê, o Sagrado Guardião da vida


“A cada um, segundo o seu merecimento”, diz a Lei Maior.Quando o espírito atua de forma desvirtuada, atrai para si a força corretiva da Lei Maior e o Divino Mistério de nosso Pai Obaluayê no seu aspecto absorvedor é aplicado para paralisar e esgotar seus vícios e desequilíbrios.Ao exemplo de nossos irmãos de outras religiões que exercem um período de “jejum das vaidades”, aproveitemos este tempo de “deserto”, de reflexão em silêncio, Atotô, para avaliarmos nossas “des-virtudes” e num ato de completa humildade desvelar-se diante desta Potência Curadora de Deus.Ele é o “último abrigo” dos caídos, a esperança da regeneração e do recomeço.
Mucuiu!
Atotô!

Obaluayê, o Pai do Amor incondicional



O Amor incondicional é o Amor de Deus pelos caídos, desprotegidos, enfermos, desabrigados e necessitados.
Somente o Orixá que garante a vida e a geração, através do Amor, pode resgatar, abraçar, velar e regenerar um ser que deliberadamente se envolveu na podridão da maldade.
Temê-lO é um erro incomensurável, significa desprezar todos os recursos hoje disponíveis para entender que doença e morte não podem mais ser vistos como “inimigos” ou “castigos”, pois são apenas estágios, são passagens, são caminhos para outras condições, situações e realidades. Consciência esta anunciada pelo nosso Pai Antonio aos seus filhos, por ocasião do retorno de seu “retiro”: “Eu não estava doente como tantos pensavam, mas, me purificando”. Sapiência!
Épocas passadas, as sociedades africanas impunham aos deuses terríveis a responsabilidade de castiga-las com tudo aquilo que não compreendiam, a saber: o ambiente inóspito, as bruscas mudanças climáticas, a aridez da terra, o sol ou a chuva excessivos, a escassez de alimentos, as doenças que não conhecia e a própria morte. Obaluayê remonta esta época da tradição oral.
Imputamos aqui a ignorância aqueles que ainda cegam-se diante do Grande Velador da Vida em detrimento a autoconsciência de que a moléstia é fruto de respostas perante a Lei e a Justiça Divinas pelos seus próprios atos .
“A Deus o que é de Deus e a César o que é de Cesar”.
Para o equilíbrio de toda a Criação, Reverenciamos o Pai do Amor Incondicional:
Perdão Obaluayê, perdão!
Mucuiu!
Atotô!

O ser humano e a punição




Quando um ser humano fraqueja em sua jornada carnal, acontece a punição, ou melhor, a autopunição. Sob o prisma da Lei Divina, a flexibilização da punição nos é presenteada pelo próprio Criador, o Grande Arquiteto do Universo já na encarnação seja com a nomenclatura de livre arbítrio, mapa dos caminhos virtuosos ou qualquer outra, assim, cabe ao próprio homem responder por suas próprias atitudes. NZambi Deus Cria e Gera, mas também paralisa a criação que não mais atenda aos SEUS desígnios. Proporciona ao homem uma estadia desértica consigo e com Ele. É a presença de nosso Pai Omulu, a potência de Deus que paralisa tudo e todos que estiverem criando ou gerando em sentido contrário, desvirtuado, ao que Deus estabeleceu como correto, virtuoso. A Caridade Divina mostr
a-se na paralisia do mal. A autopunição humana está em aceitar o erro e corrigi-lo. Autopunição é contrição, retomada ao caminho do bem e conscientização da ação dos Divinos Orixás como Potências corretivas de NZambi Deus. Uma máxima do mestre Jesus diz que o mal não está contido naquilo que entra pela boca do homem, mas, “naquilo de sai”. Antes que a matéria prima do mal possa sair da pessoa humana para habitar o cosmo, acontece a vibração de nosso Pai Omulu. Estando o homem receptivo, consciente do erro que cometeu, inicia-se o processo de cura. Oxalá, um dia todos os irmãos possam contemplar e traduzir O Silêncio Sagrado do Orixá, livre da passagem pelo deserto da punição. Atotô!


Uma Prece a Exú


Oh! Glorioso mensageiro do céu e da terra;
Mistério que vitaliza e ativa os seres em todos os sentidos da vida;
Protetor das almas encarnadas e desencarnadas;
Vós que paralisa e esgota os carmas coletivos e individuais;
Nós vos invocamos humildemente, para que nos ajudes;
Executai a Lei e o carma nas trevas sob a regência de nosso Pai Ogum;
Esgotai todos os vícios e desvios humanos geradores do ódio e da vingança;
Encoraja-nos a Vencer toda a adversidade e a feitiçaria dos homens da terra;
Que vossa sagrada linha de trabalho na nossa amada Umbanda seja sempre
Fonte de aconselhamento, orientação e defesa que ajuda a superar nossas dificuldades materiais, espirituais, sentimentais, familiares e profissionais.
Vós que ocupa o "Trono Neutro", que não é bom nem mau, e responde segundo a invocação;
Dá-nos a segurança em nossos pedidos também diante de Tua natureza feminina;
Oh! Senhor das encruzilhadas da vida humana.
Luz que tira o homem das trevas;
Através de vossa corrente vibratória,
Pedimos humildemente sob as invocações de Exu, Pomba-Gira, Lebara e Aluvaiá;
Que envie a Vossa Luz a esta Casa Santa para a promoção da Paz, da Freternidade, do Amor ao próximo e da Verdade.
Laroyê!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

As mãos de um Oba



Mucuiu mãos de Oba;


Singelos vossos sinais;

Há quem te conheça;

Oba de Oxalá...



Mucuiu mãos de Oba;

Apelas pelo Adjá;

A quem te é fiel;

Sacro é vosso desejo

Vibrado nos puros corações.

És realmente um Oba;

Comunicado entre nós;

Fala-nos pelos santos gestos,



Mucuiu mãos de Oba;

Tua fragilidade física,

Oculta a fortaleza espiritual;

Com tua física mão de Adjá;

Consagraste teu ramo, onde sou folha verde.



Mucuiu mãos de Oba;

Valei-nos vossa escolha,

Oxalá 

aceite todos a vossa eleição,

Mucuiu mãos de Oba;

Mucuiu Oba!

Mucuiu ramo da fortaleza!

KaÔ




Kaô, meu Pai
Xangô da Justiça
Senhor dos justos
Pai da Dignidade
Kaô, meu Pai
Fogo que abrasa os corações
Chama que ilumina escuridões
Quentura que acolhe
Brasa que alimenta
Fogo na Pedra
Pedra no Fogo
Justiça estampada
Como carta de jogo
Pedra estampada
Que o fogo ilumina
A lei que separa
O joio do trigo
O fim do começo
Que sela o Bem
A Amizade sem preço
O Amor do fim ao recomeço
Kaô, Xangô
Kaô, Nagô
Mucuiu.
Motumbá.
Kolofé.
Axé ô.
Sua benção.
Kaô Kabencilê!

Oxum a meu pai!



Aieiê nossa mãe Oxum;

Senhora das águas vertentes,

Rogamos a Ti;

o germe da cura;

a água pura;

o colo materno;

o Amor eterno;

Ao nosso pai que precisa,

Da cura em brisa.

Aieiê nossa mãe Oxum;

A Ti nosso canto;

Ao nosso pai vosso manto;

Enxuga dele o pranto;

Pois nosso pranto é um.

Aieiê nossa mãe Oxum;

Senhora das águas vertentes,

Que acompanha pai Antonio agora;

Conceda a cura sem demora;

Pois quem a vida lhe deu uma vez;

Na fé que lhe pedimos;

Lhe concederá outra vez;

Aieiê nossa mãe Oxum!

É da Bahia Sinhô!


Ochente!
Fui preto danado;
dos cumbes da Bahia;
do jogo da capoeira;
das roda de mandinga,
do chero das rapariga.
Muita roda formei;
muita cantiga jinguei;
meu patuá carreguei;
e nesse caroço,
o que tem só eu sei.
Ochente, salve a Bahia!
Salve nosso Sinhô do Bonfim;
Salve nossa sinhora das Candeias;
Salve todos os santos da Bahia.
Eita que pito bom...
Miséra...
Num quero bebe;
Quero pitá!
Eita que pito bom...
Num há cabrunco que se achegue;
mardição que se encoste;
zóio grande que seque,
quem me pede e eu num aconchegue.
Eita pito bom...
Ainda pito feito moço;
rodo gira;
quebro mandiga;
me chamam de baiano,
mas se qué me respeitá,
me chama zé caroço!

A doença

Entre a doença física e a espiritual há uma relação íntima e inseparável, pois um espírito enfermo limita-se ao local maculado do corpo espiritual. Portanto, se este, pela dissolução das máculas, ficar purificado até certo grau, não só desaparecerá a doença do corpo material, mas também será impossível a aproximação do espírito enfermo, e a pessoa se tornará saudável, física e espiritualmente.

domingo, 22 de abril de 2012

Alimentar Orí

Nenhum deus abençoa o homem, sem que sua cabeça o permita.

"- Quem seria capaz de nos levar ao Infinito? (infinito = caminho da vida da pessoa).

Xangô disse que quando chegasse a OYÓ e lhe dessem certas comidas, ele satisfeito voltaria à sua casa, abandonando a pessoa. Perguntaram o mesmo a OYÁ, e ela respondeu, que quando chegasse a qualquer cidade e lhe dessem certas comidas, ela satisfeita voltaria para casa.
Perguntaram a Òxalà e ele respondeu que quando chegasse à cidade de Ifé, comesse, aí então ele ficaria satisfeito e voltaria para casa. Se nem Òxàlà é capaz de nos levar ao Infinito, então, quem é capaz?
Resposta: só Lebara.
Perguntaram a ÈxÙ: "- Se você caminhar, caminhar e chegar a Keto, e lhe derem 1 galo no dendê ? Ele respondeu: – Comia e quando estivesse satisfeito voltaria para minha casa.
"- Então, ninguém é capaz de nos levar ao Infinito? Quem será? Tal conhecimento, tal sabedoria, quem a tem?
"- Somente o ÒRÍ é capaz de nos levar ao infinito, até o final de nossa vida."
Conclusão: Mesmo se nosso Orixà está bem, só ficará tudo bem se o nosso Òri estiver também. Primeiro damos comida a Òri no borí, e depois ao orixá. Não há orixá raspado errado, desde que o òri aceitou. Acima de nosso Orixá individual, está o nosso Òrì.
Extraî este trecho de um poema de Ifá para dividir com meus irmäos na fé: alimentar o Orí não resume-se apenas na comida ofertada, mas, tambem e sobretudo, alimentar com as virtudes teologais, a saber, FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sabedoria



"Deus não impôs ao ignorante a obrigação de aprender, sem antes ter tomado de quem sabe, o juramento de ensinar”.

Sabedoria Oriental

O Sagrado e o Profano


Quando o homem do campo tira o chapéu e empurra levemente a água com as mãos antes de bebê-la, exerce uma atitude sábia ao pedir licença para a água. Sabe que não é o centro do mundo, mas participa dele por uma concessão, por uma graça sem a qual não haveria vida. Na sua simplicidade, ele sabe que a vida vem de fora de nós quando joga uma pedrinha na água formando ondas concêntricas, formas circulares e perfeitas: é o principio fundamental do símbolo.

Utilizei este exemplo para afirmar o quanto a sacralidade hoje, começa a tornar-se uma linguagem incompreendida, distorcida. A relação do homem com o Sagrado é mais imposta pelo próprio homem, segundo seus desejos e necessidades, do que pela escuta do Sagrado. Há pessoas, lugares, objetos iguais aos demais, mas "escolhidos", "reconhecidos", nos quais Um outro se manifesta e orienta a humanidade. Eis o verdadeiro sentido de santo, diferente de um sentimento moralista ou idólatra como muitos o concebem.

A imagem é a linguagem do espírito e temos que nos exercitar nos gestos, sons, cores e formas por onde o sagrado se manifesta.

Finalizo com a visão teológica ao mesmo tempo simplista, ao mesmo tempo profunda, mas respeitosa: nem tudo aquilo que se manifesta diferente do cotidiano, do profano, do usual é o Sagrado, o Santo.

NZambi kakala yeto!....sempre

Mucuiu!

Oriki - Oração a Orunmilá


Zambi, Deus maior. Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Humildes e contritos coloquemo-nos diante de Ti em profunda meditação.
Àquele a Quem toda forma de culto e saudação tem o primeiro destino, pedimos a permissão para saudar o dono dos segredos guardados pelo nosso babalawo.
Saravá ORUNMILÁ, São Francisco de Assis.
Saravá ORUNMILÁ testemunha da criação.
Sarává ORUNMILÁ orixá senhor da sabedoria e do conhecimento.
Saravá ORUNMILÁ que vive entre o céu e a terra.
Saravá ORUNMILÁ que transcende o tempo e o espaço.
Saravá ORUNMILÁ que conhece e faz conhecer o principio divino a cada pessoa.
Saravá ORUNMILÁ que conhece o destino do homem, intervindo e defendendo-o da saga existencial.
Saravá ORUNMILÁ senhor dos babalawos.
Saravá ORUNMILÁ senhor dos Oráculos.
Saravá ORUNMILÁ que protegeu o primeiro homem criado na terra e protegerá o ultimo a ser criado.
Senhor do destino, primeiro mestre e conselheiro do Deus Supremo e Criador,
Permita que nossos desejos se realizem em conformidade com nossos merecimentos;
Fazei-nos instrumento de paz no mundo conturbado pelo ódio, intolerância e miséria;
Oxalá possa todo o ódio, um dia, ser potencialmente transformado em amor, intolerância em perdão e miséria em união.
ORUNMILÁ ouça a nossa oração aqui da Terra;
Que nossos caminhos se abram;
Que a nossa fé dissolva nossas dúvidas;
Que a verdade impere sobre nossos erros;
Que a esperança seja remédio para nossos desesperos;
Que a alegria desnude qualquer tristeza;
Que os porões mais profundos das trevas, sejam iluminados pela luz que vem do Orum;
Que a nossa saudação a vós, poupe-nos sofrimentos.
ORUNMILÁ somos como crianças diante de Ti;
Confiamos em nosso pai babalawo e o reverenciamos em vosso nome;
Porque sabemos que a criança que reverencia seu pai terá longa vida e por nada sofrerá.
Saudamos Zambi, Deus supremo e Criador;
Saudamos Oxalá, orixá maior, mestre e luz do mundo;
Saudamos todos os guias e mentores espirituais;
Saudamos todas as correntes;
Saudamos nosso babalawo;
Saudamos ORUNMILÁ;

SARAVÁ ORUNMILÁ, SÃO FRANCISCO DE ASSIS.

Caça ao Tesouro

                                                               
Haverá maior tesouro para o homem que a sabedoria?
Sabedoria é meio e fim para tudo na vida do homem.
No campo da mediunidade alcançar a Sabedoria é o mesmo que ser iluminado, ungido! Este é o fim último do médium.
Numa visão escatológica, podemos dizer que o meio é o retorno ao banco da escola. É a caminhada ao encontro da própria evolução espiritual “guiada” pelos mestres que nos acompanham, assim denominados Guias Espirituais.A afinidade do médium com o(s) guia(s) é vital.
Cabe ao médium conhecer bem quem é o guia, pois, é uma verdadeira e pura troca de conhecimento, assim, guia conhece medium e vice-versa.
A constante busca pelo Tesouro espiritual é dupla, complacente, responsável e acima de tudo transparente as duas partes e a qualquer irmandade envolvida.
Se por um lado o médium é meio de propagação do guia, este é meio de evolução ao médium.
Pode parecer um jogo lógico de palavras, mas, qualquer que seja a análise, há de se ter em mente que esta relação sempre foi, é e será um caminho de mão dupla.
Em seu desenvolvimento o que o médium possui é o mapa do tão almejado tesouro que diferente de tantos outros que conhecemos em estórias, histórias, lendas, etc... Este deve ser partilhado, sempre, a exemplo do mapa.
Quem aponta caminhos errados ao seu irmão pensando estar a frente numa disputa inexistente, engana-se!
Voltemos ao caminho de mão dupla: NUNCA um guia espiritual enganará ao médium e NUNCA um médium enganará um guia espiritual.
A “Caça ao Tesouro” sempre será para a grande maioria, o fim ultimo, enquanto para poucos, apenas o meio!



Mucuiu!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Oriki - Oração a Obaluaiê


Nosso Pai Obaluaiê;
Potência de Deus que cura;
Pai dos enfermos do corpo e da alma;
Atôto!
Pai do silêncio;
Senhor da palha;
Senhor da vida na terra;
Tu que dominas sobre o vosso xaxará todas as doenças, pestes e epidemias;
Estenda vossa misericóridia aos aflitos;
Derrame vossa paz aos corações inconsoláveis;
Seque com vossa palha as lágrimas dos desperados;
Interceda ao Supremo Criador por uma terra mais salubre e por uma humanidade menos maculada pelo ódio, pela violência e pelo desamor ao próximo;
Atôto!
Senhor Omulu
Pai dos passos curtos que anda por onde o homem não consegue pisar;
Caminhe entre os morimbundos;
Toque cada ferida, cada erupção interna e externa do corpo doente e sopre com vosso divino amor o alivio desejado;
Atôto!
Senhor Pai dos pobres;
Senhor da meia luz;
Fonte inesgotável de esperança;
Alumia o caminho dos filhos teus em suas necessidades físicas e espirituais;
Cremos em Ti, por isso O invocamos;
Cremos na Vossa misericórdia, por isso pedimos:
Perdão Obaluaiê!
Sua benção meu Pai;
Atôto!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Os Orixás - Potência de Deus


Itans, lendas, histórias, mitos. Como definir um Orixá?
Nossa proposta é trabalhar conceitos simples ao intelecto e da forma mais racional possível sem com isso colocar em xeque a espiritualidade. Devemos refletir os conceitos aqui descritos dentro da teologia utilizada pelo blog como pano de fundo.
Os Orixás são as diversas potências da energia vital suprema ou a potência de Deus, o Supremo Criador. Essas potências servem-se de vários canais de manifestação, assim dirigem e canalizam toda a ação natural e humana. Não há como definir um Orixá apenas como parte constitutiva de algo ou de alguém, nem tão pouco reduzí-lo à força motriz, ou ao lugar onde sua legenda ecoa. Ele é o conjunto dessas constituições. É pela colheita de uma planta, pela utilização de uma pedra ou ainda pelos fenômenos naturais, que a sensibilidade do homem consegue traduzir o poder do Orixá de punir ou de propiciar coisas boas. É através Dele que o ser humano pode comunicar-se com outros planos de existência e desenvolver conhecimentos amplos e minuciosos sobre a natureza que o cerca, como as propriedade benéficas ou maléficas da flora.
O Ser Supremo confiou à eles a ordem de toda a Sua criação e ,sob a lei divina, regem sua atitude frente ao homem, sabendo inclusive o que os homens podem lhes dar. É a legenda de um Orixá que move a fé do homem, da casa de culto ou de um povo. Para conhecermos a fundo a legenda de um Orixá, necessariamente, há de se conhecer a história da África sob dois prismas: do Ayê ( terra ) ou a história propriamente dita, e do Orum ( espiritual ) ou a teologia formada pelos mitos dos diversos povos e clãs africanos. Trataremos sobre a legenda de cada Orixá oportunamente, sempre de forma objetiva e com a finalidade de acrescentar conhecimento à nossa cultura religiosa, provocar reflexões e, sobre tudo, contribuir para a nossa evolução espiritual. A principal finalidade dos Orixás é contribuir para a realização do ser humano na vida ou ainda para que, de fato, o homem seja a energia vital realizada na sua plenitude e assim, com a mútua colaboração Orixá - homem, resulta a felicidade do mundo. É de suma importância que o homem entenda que o conjunto dos Orixás produz o que é necessário para a felicidade no mundo, assim o tratado sempre assume o  caráter objetivo em detrimento da subjetividade. Em resumo, a ação do Orixá visa sempre o bem coletivo. Quando nos colocamos frente a um Orixá devemos ter clara a nossa fragilidade e ignorância frente a força e a sapiência. Estamos diante das respostas dos acontecimentos, bem como das respectivas soluções, claro que mediante os parâmetros da lei divina.
Tudo o que é visível provem do invisível. Com esta afirmação, humildemente, conceituamos o Orixá para melhor entendermos, lembrando que Ele recebe o culto destinado ao Ser Supremo, com preces, ritos, sacrifícios, observações de tabus e a indução do transe. Seu culto deve basear-se sempre na assistência mútua entre os espíritos, guias espirituais e nós, os seres humanos.

Mucuiu!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Deus - o Ser Supremo.

Em toda cultura religiosa monoteísta o Ser Supremo, Deus, é inacessível ao ser humano. A distância é tamanha que em todas essas culturas existem os intermediários responsáveis pela transmissão de orações, súplicas, cultos e sacrifícios. Exemplo desta afirmativa: está para os cristãos Jesus Cristo, para os muçulmanos o profeta Maomé e para as religiões de matriz africana os Orixás, ou Inkices, ou Voduns. 
Ainda monoteístas, mas como uma exceção explicável, estão os judeus que professam a fé em um só Deus, mas aguardam a vinda do Messias, o intermediário entre o Ser Supremo e o homem. Esses professam sua fé através de orações, súplicas, cultos e sacrifícios de acordo com a lei herdada dos intermediários do passado a saber Abraão, Moisés, Davi, entre outros.
No universo africano, as denominações do Ser Supremo estão intimamente ligadas às mitologias de cada povo, assim, Olofim está para Ifá, Olorum ou Olodumaré, para os iorubanos; N'Zambi, para os Bantus, etc.
Já abordamos o conceito do Ser Supremo também como energia vital incriada e geradora de todas as outras, podemos assim conceituar que os Orixás, intermediários entre Deus e o homem, são a expressão máxima da força vital dos fenômenos naturais também na vida humana. Esta afirmação poderia levar-nos a uma reflexão e chegar até a uma dicotomia, porém, bem mais precisa que a divinização dos Orixás. Divino só o Ser Supremo. Este conceito de divinização ajudará a entendermos posteriormente o sincretismo presente na Umbanda. Devemos ter em mente que tudo o que existe no universo, inclusive a cadeia natural formada pelo Ser Supremo, intermediários e o ser humano, interagem em obediência à regras extremamente precisas por meio da respectiva força vital. 
Não há culto ao Deus monoteísta. Há, sim, culto aos seus intermediários.
O Ser Supremo não se manifesta no ser humano, mas age, cria e recria sua energia vital, em que o homem a realiza finitamente (ciclo da reencarnação). Os intermediários não se manifestam plenamente nos fenômenos naturais e, tão pouco, nos homens, mas centelhas, minúsculos fragmentos, agem diretamente sobre eles em respeito às limitações sensoriais da obra do Criador: o ser humano. 


Mucuiu!

Algumas definições básicas e primordiais!


Não há como não ficar perplexo com a expansão do efeito papagaio e da cultura do Ctrl C & Ctr V.  Com o intuíto de minimiza-los, relacionaremos  alguns conceitos básicos com o único objetivo de fomentar a reflexão do que já foi escrito, falado, divulgado, pregado e confundido até aqui. Chamamos a atenção para a grande variedade  metodológica aplicada à teologia, no entanto vale ressaltar que o universo das religiões de matriz Africana é irrefutavelmente MONOTEÍSTA!

Deus => Apenas UM ( Zambi, Olorum, Olodumare, Mawu, etc...) o criador de todas as coisas. Energia Suprema, incriada e geradora de todas as outras.
Orixá => Potência diversificada da Energia Suprema. Potência de Deus.
Vida => Energia vital ( mineral, vegetal, animal, "humana") presente em toda forma de vida.
Ser Humano => Energia vital realizada (razão), manipulador limitado desta mesma energia.
Eledá => Energia Vital predominante no ser humano desde o momento incial da encarnação até o final do ciclo (morte fisica), Orixá de Cabeça, do Ori.
Bori => Ritual de reencontro, equalização energética entre o Ori e o Orixá. A energia vital predominante do ser humano chega ao seu cume, seu Eledá é conhecido!

Todos estes conceitos e outros ainda serão oportunamente tratados com riqueza de detalhes, mas, fica o convite para uma reflexão e releitura sobre as escritas,  leituras, e outros meios de divulgação da cultura da religião de matriz Africana já realizadas.

Mucuiu!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Definição de Filho por José Saramago

"Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo".

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