segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Deus - o Ser Supremo.

Em toda cultura religiosa monoteísta o Ser Supremo, Deus, é inacessível ao ser humano. A distância é tamanha que em todas essas culturas existem os intermediários responsáveis pela transmissão de orações, súplicas, cultos e sacrifícios. Exemplo desta afirmativa: está para os cristãos Jesus Cristo, para os muçulmanos o profeta Maomé e para as religiões de matriz africana os Orixás, ou Inkices, ou Voduns. 
Ainda monoteístas, mas como uma exceção explicável, estão os judeus que professam a fé em um só Deus, mas aguardam a vinda do Messias, o intermediário entre o Ser Supremo e o homem. Esses professam sua fé através de orações, súplicas, cultos e sacrifícios de acordo com a lei herdada dos intermediários do passado a saber Abraão, Moisés, Davi, entre outros.
No universo africano, as denominações do Ser Supremo estão intimamente ligadas às mitologias de cada povo, assim, Olofim está para Ifá, Olorum ou Olodumaré, para os iorubanos; N'Zambi, para os Bantus, etc.
Já abordamos o conceito do Ser Supremo também como energia vital incriada e geradora de todas as outras, podemos assim conceituar que os Orixás, intermediários entre Deus e o homem, são a expressão máxima da força vital dos fenômenos naturais também na vida humana. Esta afirmação poderia levar-nos a uma reflexão e chegar até a uma dicotomia, porém, bem mais precisa que a divinização dos Orixás. Divino só o Ser Supremo. Este conceito de divinização ajudará a entendermos posteriormente o sincretismo presente na Umbanda. Devemos ter em mente que tudo o que existe no universo, inclusive a cadeia natural formada pelo Ser Supremo, intermediários e o ser humano, interagem em obediência à regras extremamente precisas por meio da respectiva força vital. 
Não há culto ao Deus monoteísta. Há, sim, culto aos seus intermediários.
O Ser Supremo não se manifesta no ser humano, mas age, cria e recria sua energia vital, em que o homem a realiza finitamente (ciclo da reencarnação). Os intermediários não se manifestam plenamente nos fenômenos naturais e, tão pouco, nos homens, mas centelhas, minúsculos fragmentos, agem diretamente sobre eles em respeito às limitações sensoriais da obra do Criador: o ser humano. 


Mucuiu!

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