domingo, 22 de abril de 2012

Alimentar Orí

Nenhum deus abençoa o homem, sem que sua cabeça o permita.

"- Quem seria capaz de nos levar ao Infinito? (infinito = caminho da vida da pessoa).

Xangô disse que quando chegasse a OYÓ e lhe dessem certas comidas, ele satisfeito voltaria à sua casa, abandonando a pessoa. Perguntaram o mesmo a OYÁ, e ela respondeu, que quando chegasse a qualquer cidade e lhe dessem certas comidas, ela satisfeita voltaria para casa.
Perguntaram a Òxalà e ele respondeu que quando chegasse à cidade de Ifé, comesse, aí então ele ficaria satisfeito e voltaria para casa. Se nem Òxàlà é capaz de nos levar ao Infinito, então, quem é capaz?
Resposta: só Lebara.
Perguntaram a ÈxÙ: "- Se você caminhar, caminhar e chegar a Keto, e lhe derem 1 galo no dendê ? Ele respondeu: – Comia e quando estivesse satisfeito voltaria para minha casa.
"- Então, ninguém é capaz de nos levar ao Infinito? Quem será? Tal conhecimento, tal sabedoria, quem a tem?
"- Somente o ÒRÍ é capaz de nos levar ao infinito, até o final de nossa vida."
Conclusão: Mesmo se nosso Orixà está bem, só ficará tudo bem se o nosso Òri estiver também. Primeiro damos comida a Òri no borí, e depois ao orixá. Não há orixá raspado errado, desde que o òri aceitou. Acima de nosso Orixá individual, está o nosso Òrì.
Extraî este trecho de um poema de Ifá para dividir com meus irmäos na fé: alimentar o Orí não resume-se apenas na comida ofertada, mas, tambem e sobretudo, alimentar com as virtudes teologais, a saber, FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sabedoria



"Deus não impôs ao ignorante a obrigação de aprender, sem antes ter tomado de quem sabe, o juramento de ensinar”.

Sabedoria Oriental

O Sagrado e o Profano


Quando o homem do campo tira o chapéu e empurra levemente a água com as mãos antes de bebê-la, exerce uma atitude sábia ao pedir licença para a água. Sabe que não é o centro do mundo, mas participa dele por uma concessão, por uma graça sem a qual não haveria vida. Na sua simplicidade, ele sabe que a vida vem de fora de nós quando joga uma pedrinha na água formando ondas concêntricas, formas circulares e perfeitas: é o principio fundamental do símbolo.

Utilizei este exemplo para afirmar o quanto a sacralidade hoje, começa a tornar-se uma linguagem incompreendida, distorcida. A relação do homem com o Sagrado é mais imposta pelo próprio homem, segundo seus desejos e necessidades, do que pela escuta do Sagrado. Há pessoas, lugares, objetos iguais aos demais, mas "escolhidos", "reconhecidos", nos quais Um outro se manifesta e orienta a humanidade. Eis o verdadeiro sentido de santo, diferente de um sentimento moralista ou idólatra como muitos o concebem.

A imagem é a linguagem do espírito e temos que nos exercitar nos gestos, sons, cores e formas por onde o sagrado se manifesta.

Finalizo com a visão teológica ao mesmo tempo simplista, ao mesmo tempo profunda, mas respeitosa: nem tudo aquilo que se manifesta diferente do cotidiano, do profano, do usual é o Sagrado, o Santo.

NZambi kakala yeto!....sempre

Mucuiu!

Oriki - Oração a Orunmilá


Zambi, Deus maior. Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Humildes e contritos coloquemo-nos diante de Ti em profunda meditação.
Àquele a Quem toda forma de culto e saudação tem o primeiro destino, pedimos a permissão para saudar o dono dos segredos guardados pelo nosso babalawo.
Saravá ORUNMILÁ, São Francisco de Assis.
Saravá ORUNMILÁ testemunha da criação.
Sarává ORUNMILÁ orixá senhor da sabedoria e do conhecimento.
Saravá ORUNMILÁ que vive entre o céu e a terra.
Saravá ORUNMILÁ que transcende o tempo e o espaço.
Saravá ORUNMILÁ que conhece e faz conhecer o principio divino a cada pessoa.
Saravá ORUNMILÁ que conhece o destino do homem, intervindo e defendendo-o da saga existencial.
Saravá ORUNMILÁ senhor dos babalawos.
Saravá ORUNMILÁ senhor dos Oráculos.
Saravá ORUNMILÁ que protegeu o primeiro homem criado na terra e protegerá o ultimo a ser criado.
Senhor do destino, primeiro mestre e conselheiro do Deus Supremo e Criador,
Permita que nossos desejos se realizem em conformidade com nossos merecimentos;
Fazei-nos instrumento de paz no mundo conturbado pelo ódio, intolerância e miséria;
Oxalá possa todo o ódio, um dia, ser potencialmente transformado em amor, intolerância em perdão e miséria em união.
ORUNMILÁ ouça a nossa oração aqui da Terra;
Que nossos caminhos se abram;
Que a nossa fé dissolva nossas dúvidas;
Que a verdade impere sobre nossos erros;
Que a esperança seja remédio para nossos desesperos;
Que a alegria desnude qualquer tristeza;
Que os porões mais profundos das trevas, sejam iluminados pela luz que vem do Orum;
Que a nossa saudação a vós, poupe-nos sofrimentos.
ORUNMILÁ somos como crianças diante de Ti;
Confiamos em nosso pai babalawo e o reverenciamos em vosso nome;
Porque sabemos que a criança que reverencia seu pai terá longa vida e por nada sofrerá.
Saudamos Zambi, Deus supremo e Criador;
Saudamos Oxalá, orixá maior, mestre e luz do mundo;
Saudamos todos os guias e mentores espirituais;
Saudamos todas as correntes;
Saudamos nosso babalawo;
Saudamos ORUNMILÁ;

SARAVÁ ORUNMILÁ, SÃO FRANCISCO DE ASSIS.

Caça ao Tesouro

                                                               
Haverá maior tesouro para o homem que a sabedoria?
Sabedoria é meio e fim para tudo na vida do homem.
No campo da mediunidade alcançar a Sabedoria é o mesmo que ser iluminado, ungido! Este é o fim último do médium.
Numa visão escatológica, podemos dizer que o meio é o retorno ao banco da escola. É a caminhada ao encontro da própria evolução espiritual “guiada” pelos mestres que nos acompanham, assim denominados Guias Espirituais.A afinidade do médium com o(s) guia(s) é vital.
Cabe ao médium conhecer bem quem é o guia, pois, é uma verdadeira e pura troca de conhecimento, assim, guia conhece medium e vice-versa.
A constante busca pelo Tesouro espiritual é dupla, complacente, responsável e acima de tudo transparente as duas partes e a qualquer irmandade envolvida.
Se por um lado o médium é meio de propagação do guia, este é meio de evolução ao médium.
Pode parecer um jogo lógico de palavras, mas, qualquer que seja a análise, há de se ter em mente que esta relação sempre foi, é e será um caminho de mão dupla.
Em seu desenvolvimento o que o médium possui é o mapa do tão almejado tesouro que diferente de tantos outros que conhecemos em estórias, histórias, lendas, etc... Este deve ser partilhado, sempre, a exemplo do mapa.
Quem aponta caminhos errados ao seu irmão pensando estar a frente numa disputa inexistente, engana-se!
Voltemos ao caminho de mão dupla: NUNCA um guia espiritual enganará ao médium e NUNCA um médium enganará um guia espiritual.
A “Caça ao Tesouro” sempre será para a grande maioria, o fim ultimo, enquanto para poucos, apenas o meio!



Mucuiu!